Aos 7 senti atração por uma mulher mas me neguei. Aos 12 percebi que não adiantava fugir, eu gosto de mulheres também.
Minha relação com a sexualidade tem seus dias, quando algumas pessoas da minha família descobriram viviam falando que era uma fase e que eu 100% era bissexual e ponto.
Essa batesão de martelo na minha sexualidade me irritou e me tirou uma das fazes mais importantes: a descoberta própria. No começo era tudo muito novo então minha atração por meninas se destacava e isso fez eu me rotular como lésbica (também pq eu me recusava a deixar minha família ditar minha sexualidade).
Gostei de uma menina do 9 ao 1 ano, ela era minha amiga e eu chorava quando ela falava de algum menino. E adivinhem? Ela sabia desde o começo mas nunca se afastou de mim por isso (oq eu agradeço).
No 2 ano “namorei” uma menina por 1 mês mas foi por impulso de querer ter a experiência de estar com alguém que também sentia algo por mim.
No 3 ano conheci um menino, e instantaneamente não conseguia tirar ele da cabeça. Eu tentei de tudo, ler o manifesto lésbico, ler sobre hetecomp, conversar com amigos e psicóloga mas não adiantou.
Depois desse mesmo menino nunca mais falou cmg, eu percebi que me identificar como bissexual é oq me deixa confortável. No finalzinho do ano um menino se aproximou de mim e eu acabei gostando dele, hoje em dia só nós seguimos e somos amigos. Mas a experiência foi muito esclarecedora.
Acho que deu para perceber que sexualidade é algo confuso né? Pois é, calma q n acabou.
Ao percorrer do 3 ano fui apenas tendo crush em meninos, e isso fez eu me sentir uma farsa. Cogitei milhões de vezes que talvez meus parentes estavam certos, era uma fase.
Mas adivinha? Uma pessoa hétero não se pergunta se é hétero. Uma pessoa hétero não sente o coração doer só em ouvir uma menina falando que você nunca estaria na lista de possíveis paixões dela.
Meu ponto é, a sociedade colocou regras de mais em algo que é natural demais. Não existem regras para ser isso ou aquilo, e sim sentimentos.
Não tem nada de errado em acreditar ser gay/lésbica mas na verdade ser bi/Pan e vice-versa.
Apenas sinta, se você não se sente confortável com um rótulo não se rotule. Viva! Sinta paixões pelas pessoas que quiser, viva romances sem medo e não se importe com os juízes de sexualidade.
Gostou? Dá uma passadinha aqui tmb:
#1 A comparação é a ladra da autenticidade.
Você já se sentiu tão inferior a alguém que isso te fez nem querer tentar mais? Eu já, eu sempre sinto isso. Desde pequena sou comparada ao meu primo e como deveria ser igual a ele. O gênio da família e multi talentos, mas sejamos sinceros, eu jamais serei perfeita quando a bagunça é a minha liberdade.
#2 "Você é engraçada." Obg, é pq sou um personagem.
O mundo é um teatro e eu sou um ator. Todos já saíram da seção, pq eu continuo performando?
#3 Algumas coisas não são feitas para os olhos do homem.
“Tu non sei fatta per gli occhi degli uomini”
#4 Tudo que o luto me ensinou.
“pouco a pouco as dores viram água, viram memória. As memórias vão com o tempo, se desfazem, mas algumas não encontram consolo, só algum alívio nas pequenas brechas da poesia. Você… é a minha memória inconsolável, feita de pedra e de sombra…”
Obrigada por ter lido, quis trazer um texto pessoal sobre minha experiência nas loucuras que é a auto descoberta e dizer que tudo é no seu tempo.
Bjs e tenha um bom dia <3
Muito doido como a necessidade desse "rótulo" as vezes destrói toda uma trajetória de descoberta e vivência que era pra ter sido super gostosa.
Me senti muito representada. Quando comecei a gostar de um garoto genuinamente depois de achar que eu realmente era lésbica, quase morri. É muito bom ver alguém escrevendo sobre isso. Parabéns!